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Banda do Mar – O que o mar uniu ninguém vai separar

22 de maio de 20154 min read

Não era para ser considerado um supergrupo, mas também era inevitável que não fosse visto como tal. Afinal, reunir no mesmo projeto um ex-integrante de uma das bandas mais queridas pelo público brasileiro ao lado de uma das revelações mais badaladas nos últimos anos não acontece todo dia. Some a isso um baterista português, uma gama enorme de experiências e influências e isso só poderia resultar em um dos projetos mais elogiados de 2014, a Banda do Mar.

Seu sucesso pode ser facilmente explicado por vários ângulos. O primeiro deles é o fato do grupo ter nascido tão naturalmente quanto sem expectativas, fruto da amizade de longa data entre o casal brasileiro e o português Fred Ferreira. A troca de experiências e as sequentes viagens de Camelo e Mallu até a terra de Cabral só consolidou o início do projeto nesse ano, que a priori não tinha como planos uma extensa turnê como vem se desenhou desde o lançamento do álbum, em agosto de 2014, incluindo festivais e as principais cidades brasileiras.

O futuro do grupo acabou ganhando forma após os primeiros singles do álbum serem disponibilizados na internet e consagrarem a Banda do Mar muito antes dele chegar ao público em formato físico. Com o repertório na ponta da língua veio o mapa de uma nova turnê e a inevitável espera por um segundo registro, que nem os músicos sabem se vai acontecer.

Mas por que isso deu tão certo? A resposta não é difícil, em seu álbum a Banda do Mar apresenta uma música brasileira cheia de influência portuguesa tanto quanto uma portuguesa cheia de brasilidade. É nítido que Mallu – a mais jovem do grupo – é também o destaque pela nítida evolução que alcançou ao longo dos últimos anos. Dividindo os vocais do projeto com Marcelo Camelo e alternando o repertório entre elementos de música pop e o folk que tanto ama, a jovem cantora conseguiu uma estabilidade emocional capaz de colocá-la em posição de atuar como bandleader nos momentos em que é exigida e dar consistência ao grupo.

Outro trunfo da Banda do Mar é o fato de sua sonoridade ter arrebatado uma legião de novos fãs. Parte deles que não acompanhavam com maior empolgação a carreira solo de seus integrantes e acabou passando a se interessar no projeto.

As letras simples e a boa produção do álbum de estreia acabou colocando-a como destaque no iTunes e plataformas digitais em 2014. Fruto de uma geração adepta da internet, alcançou números expressivos e isso levou o grupo a estender ainda mais sua turnê e ser anunciado como atração da edição 2015 do Lollapalooza Brasil.

Sem indicar um rumo definitivo de seu futuro e disposto a realizar em 2015 a maior quantidade de shows possíveis antes que seus integrantes possam retomar suas carreiras solo, a Banda do Mar é imprevisível, livre e leve tanto quanto o mar que inspirou o nome do grupo. Atravessar o oceano nunca foi problema para o trio que desenhou uma amizade que já provou que aquilo que o mar uniu o tempo não é capaz de destruir.

Anderson Oliveira

Diretor de Arte há duas décadas, fã de Grateful Dead e Jeff Beck, futuro trompetista e em constante aprendizado. Bem-vindos ao meu mundo, o Mundo de Andy.

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