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Butch Vig – A Casa das Máquinas do Garbage

7 de dezembro de 20167 min read

Quem vê a figura serena de Butch Vig nas fotos de divulgação ao lado da poderosíssima Shirley Manson pouco desconfia de seu papel dentro da banda. Responsável por álbuns seminais da história do rock alternativo, o guitarrista do Garbage praticamente redefiniu o conceito de música alternativa com produções que se tornaram referencia na indústria fonográfica.

Gish e Siamese Dream, clássico do Smashing Pumpkins, Dirty e Experimental Jet Set, Trash and No Star do Sonic Youth e Bricks are Heavy das garotas do L7 são apenas alguns dos discos que contam com sua assinatura ao longo da década de 90, superados – claro – por sua obra-prima, Nevermind, do Nirvana.

Completando ao lado do Garbage mais de duas décadas de história, conduziu a um novo patamar uma banda que nasceu no auge do movimento grunge e na contramão do britpop que pipocava na Inglaterra.

Com uma verdadeira avalanche de hits de seu primeiro disco ao lado de Shirley e companhia, colocou no mapa da música faixas como Only Happy When It Rains e Stupid Girl com uma fusão certeira de tudo o que acontecia naquele momento turbulento da música mundial. Foi o gancho para entrar para a história – finalmente – como músico de uma das bandas mais adoradas da cena alternativa.

Hoje com 61 anos, Butch Vig desde cedo teve interesse pelos estúdios de gravação. Filho de uma professora de música, estudou Direção de Cinema após se destacar como pianista ainda na infância. A paixão pela produção nasceu na faculdade, quando ao lado do amigo e futuro parceiro de Garbage, Steve Marker, trabalhou em trilhas sonoras de filmes de pouca expressão.

Na mesma época formou sua primeira banda, o Spooner, dividindo sua vida entre o grupo e o trabalho como taxista no Wisconsin.  A curiosidade pelos estúdios de gravação aumentou ainda mais na metade da década de 80, quando fundou ao lado de Steve Marker o  Smart Studios, onde com um novo projeto, o Fire Town, chegou a lançar dois álbuns sem muita expressão. Ali nascia o produtor Butch Vig.

A experiência com o Fire Town acabou rendendo a Butch um contrato com a Atlantic Records, abrindo portas para o contato com várias bandas já na década de 90. A primeira delas era o recém-formado Smashing Pumpkins e uma banda também de Seattle chamada Nirvana.

O resto da história todos já conhecem, mas os percalços desse caminho não. Criticado abertamente por Kurt Cobain, Jack Endino só não teve sua imagem arranhada por ter tido Butch Vig na fase final da produção do clássico da banda americana. O resultado de Nevermind logo abriria de vez as portas do mundo da música para o produtor à medida que sua banda, o Garbage, se formaria.

No meio de um eixo que praticamente redefiniu a música americana naquele momento, Butch Vig produziu praticamente todas as bandas que viriam a dar forma ao consagrado Lollapalooza. No olho do furacão formou o Garbage, já em 1995, onde diferente das tendências da época colocou a voz de Shirley Manson distante do punk feminino que ascendeu no fim da década da 90 e ignorou uma nova geração de bandas inglesas que se consagrariam nos anos seguintes.

Ao lado da vocalista, voltou a trabalhar novamente com Steve Marker, o guitarrista da banda, e o baixista Duke Erikson, dando vida ao seu primeiro projeto de maior expressão na carreira.

Com o Garbage escreveu sua história. Fez de Version 2.0 (1998) e Beautiful Garbage (2001) alguns dos discos mais importantes do rock alternativo alheio a uma enormidade de tendências que afloravam na época. Produziu uma enormidade de artistas oriundas do grunge como o Soul Asylum e o The Subways para  até entrar em hiato com o Garbage após a turnê do álbum Absolute Garbage, de 2007.

Já na reta final dos anos 2000 teve nas mãos o já poderoso Green Day e ganhou destaque ao levar o punk rock do grupo a um nível ainda mais alto, produzindo o consagrado 21st Century Breakdown, em 2009. Depois disso ainda traria em seu currículo outros dois discos de impacto, Wasting Light e Sonic Highways, ambos do Foo Fighters. Era a retomada da parceria com Dave Grohl desde os tempos de Nirvana.

A volta do Garbage aconteceu em 2012, com Not Your Kind of People. Foi nessa época que a banda veio ao Brasil pela primeira vez, ao lado de nomes como Suede e Gossip dentro do saudoso Festival Planeta Terra.

Hoje com um novo álbum com o Garbage, o bom Strange Little Birds, Butch Vig divide as funções da banda atrás dos palcos, mas sua assinatura se faz presente e fundamental para os bons frutos que a banda vem colhendo na última turnê.  Já consagrado, o baterista do Garbage se acostumou a permanecer atrás da banda tanto quanto nas mesas de som. E fez história. História pronta para  ganhar um novo capítulo em uma das derradeiras turnês em solo brasileiro no ano de 2016.

Anderson Oliveira

Diretor de Arte há duas décadas, fã de Grateful Dead e Jeff Beck, futuro trompetista e em constante aprendizado. Bem-vindos ao meu mundo, o Mundo de Andy.

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