Verdadeiro patrimônio da história do heavy metal, o Accept vive hoje um momento tão fantástico que fica difícil acreditar que o grupo lançou clássicos absolutos do gênero como Restless and Wild e Balls to the Wall há mais de duas décadas. Atualmente em turnê do ótimo The Rise of Chaos e com o vocalista Mark Tornillo, o grupo alemão segue construindo um legado tão irrepreensível quanto a paixão pelo gênero que ajudou a pavimentar.
Pronto para desembarcar no Brasil, onde se apresentará ao lado de outra lenda do metal, os veteranos do Anthrax, o Accept traz na bagagem o respaldo de uma apresentação épica realizada esse ano durante o Wacken Open Air, festival alemão onde o grupo se apresentou ao lado de uma orquestra. Com uma sequência de impacto formada pelos álbuns Blood of the Nations (2010), Stalingrad (2012) e Blind Rage (2014), The Rise of Chaos coroa a nova fase da banda, que nesse período ainda encontrou tempo para que o guitarrista Wolf Hoffmann lançasse seu segundo trabalho solo, Headbangs Symphony, disco que reforça ainda mais sua paixão pela música clássica.
É justamente com Wolf Hoffmann que o Passagem de Som teve a honra de conversar e falar sobre tudo o que cerca o álbum The Rise of Chaos, a turnê com o Anthrax e outros assuntos em uma grande entrevista.
A turnê com o Anthrax
Wolf Hoffmann: Nós estamos ansiosos por essa turnê pelo Brasil e dividiremos o palco com o Anthrax, o que é sempre ótimo! Podem ficar tranquilos que levaremos nossos maiores clássicos e nosso novo álbum, The Rise of Chaos!
A rápida aceitação do vocalista Mark Tornillo a figura do produtor Andy Sneap nesse processo
Wolf Hoffmann: É muito incomum que depois de um longo hiato nós estejamos de volta e – como antecipado por todos integrantes da banda – fazendo algo ainda maior e melhor! O Accept está muito feliz e desde o início sentíamos na pele essa química entre Mike e a banda. Nós encontramos um ao outro!
Ele é extremamente divertido, um cara sensacional e tem o heavy metal nas veias… não só com a nossa música, mas com os fãs! Nós somos gratos ao fato de ter Andy Sneap conosco, é um prazer incrível que esteja ao nosso lado e podemos dizer que é um dos maiores produtores da atualidade, ele entende o que é o Accept, o que procuramos e como fazer com que nossa música saia do coração e não de nossa mente!
As letras de the The Rise of Chaos e o mundo atual
Wolf Hoffmann: O título do álbum já diz tudo o que queremos que as pessoas vejam. Não estamos falando de algo que está por vir, mas do que estamos vivendo. Claro, nós temos que ser otimistas e acreditar em algo bom, saber que o CAOS não é só destruição, e que é possível emergir algo bom dele, mas o que vemos no disco é o que sentimos hoje, não há dúvidas. O problema é o que nós viveremos a partir daqui…
A experiência no Wacken Open Air com uma orquestra
Wolf Hoffmann: Estou nessa banda há décadas… o Accept sempre teve essa linha clássica em sua música, mas foi a primeira vez que fizemos isso dessa forma. O Wacken foi um momento especial em nossa carreira, ver todos aqueles músicos fazendo tudo ao mesmo tempo conosco! O heavy metal e a música clássica são uma espécie de aprimoramento de um gênero musical, por isso há tanto tempo é realizada essa combinação.
O Headbangs Symphony (segundo disco solo de Wolf Hoffmann) funcionou como um show isolado da banda, mas é provável que a gente volte a se apresentar assim em 2018, por enquanto vamos realizar todas as apresentações do álbum The Rise of Chaos.
O adeus de Lemmy e tantos ídolos do heavy metal
Wolf Hoffmann: Para mim Lemmy nunca foi embora, ele sempre estará aqui. Ele e tantos outros deixaram marcas profundas na música e isso nunca vai ser apagado.
A possibilidade de se apresentar em festivais com vários gêneros musicais
Wolf Hoffmann: Tudo é simplesmente uma questão de rótulo. Se é bom, sério, genuíno e autêntico, então é simplesmente música. Todos os fãs de todas as vertentes merecem respeito e eu amo tudo isso!
O legado do Accept
Wolf Hoffmann: Somos muito gratos por tudo isso! Nós esperamos seguir relevantes por muito tempo porque acreditamos que a melhor música que escrevemos ainda não foi escrita. Sou um músico devoto de minha arte e apaixonado pelo que faço. De onde isso tudo que realizamos na carreira veio ainda existe muito mais e me fascina o amor de nossos fãs pelo nosso trabalho. Eles sempre nos dão o combustível para voltarmos e darmos o nosso melhor!
Futuro
Wolf Hoffmann: Obrigado por tudo Brasil! Por sempre terem vindo até nós quando voltamos ao país e podem ter certeza que não vemos a hora de tocarmos para vocês! Vamos continuar com a turnê do álbum The Rise of Chaos agora e em 2018 vamos temos muito o que fazer, até lá há muito o que acontecer ainda…