Então é Carnaval! Maior festa do país, todos na rua, muito rock… ops, é isso mesmo que você leu… ou quase! Mas muito samba e muito rock! Pela primeira primeira vez no cronograma oficial da cidade de São Paulo, o Bloco Emo coloca na rua o que de melhor aconteceu na virada do século naquele que foi chamado o Movimento Emo.
Gênero musical distinto tipicamente caracterizado pela musicalidade melódica e expressiva, além de letras confessionais, o Emo (abreviação de Emocore) nasceu ainda na década de 80, mas foi na virada do século com bandas como Fall Out Boy, My Chemical Romance, Simple Plan e Good Charlotte que arrebatou de vez toda uma geração de fãs. O tempo passou e o gênero provou-se muito maior que uma moda, mantendo várias de suas bandas na ativa ou em vias de voltar aos palcos, por isso, a chegada do Bloco Emo coincide com um revival que vem acontecendo cada vez em maior escala.
As expectativas são imensas. Mesmo esse que vos escreve não sabe o que esperar, mas está bem curioso. E para isso conversou com o vocalista do Bloco Emo, Diogo Serra, que falou mais sobre essa primeira aparição do bloco no carnaval da cidade.
E para quem quer conferir a performance do bloco, ele sai na segunda-feira de Carnaval, dia 12 de fevereiro, às 15:00, na Rua Barra Funda, 630, Santa Cecília, em SP.
A ideia do Bloco Emo
Diogo Serra: O
bloco nasceu de um meme de 2017. Nós percebemos que ele tinha um fundo
de clamor popular para que esse bloco fosse idealizado e assim nasceu a
faísca disso tudo.
Foco
Diogo Serra:
O foco do nosso bloco é atingir vários públicos, principalmente as
pessoas que viveram o mundo da música de 2000 para frente, esse é nosso
principal foco, mas também queremos que as pessoas que não viveram esse
movimento conheçam parte da história a vera, sem YouTube, sem tecnologia
e sim sentindo o calor da rua.
A diversidade dos blocos do carnaval de São Paulo
Diogo Serra: Hoje em dia a diversidade de ritmos é algo totalmente normal, é muito difícil ver alguém que só goste de um ritmo específico.
As pessoas abriram a mente de verdade sobre isso e fico muito feliz de ver cada vez mais ritmos aderindo ao carnaval, pois antes tinham pessoas que se sentiam deslocadas e acabavam deixando de lado a maior festa que o país tem. E acho muito importante esses 4 dias pra extravasar e esquecer um pouco os problemas de um país totalmente devastado por inúmeras crises.
Não vejo outros blocos como concorrência, muitos tratam música como negócio, já eu vejo ela como meio de unir as pessoas. Pode ter gente do lado a e lado b, que se as duas gostarem da mesma música vão estar lá unidas e cantando.
Os caminhos até a autorização para colocar o Bloco Emo na rua
Diogo Serra:
Esse trâmite foi realizado pela Agência Pindorama, eu não participei.
Só me envolvi mesmo com a parte musical do bloco. Mas não houve muita
complicação, até porque o bloco conta com uma equipe de produção muito
competente e que apresentou um projeto elogiado pelos órgãos
responsáveis.
A reação do público com o tema do bloco
Diogo Serra:
São muitos poucos. A gente procura nem dar ouvido às críticas, até
porque são mínimas, mas em geral o pessoal abraçou muito o bloco e temos
recebido cada vez mais pessoas envolvidas no projeto.
Bowie, trilhas de filmes… muitas novidades. Qual o futuro do carnaval de SP?
Diogo Serra:
Acredito que a ideia seja diversificar e não tomar conta, até porque eu
sou fã das marchinhas tradicionais e sou a favor de aumentar o fomento
ao carnaval de antigamente nas grandes cidades também.
A criação de um bloco em tempos de polarização e intolerância
Diogo Serra:
Na minha visão, vejo mais o carnaval como uma forma de esquecer dos
problemas e de unir as pessoas. Não acredito nisso de “cri-cri”. O que
aconteceu foi que, com o acesso a informação de maneira muito rápida,
alguns velhos hábitos vieram à tona. Nunca houve receio, sempre mantemos
isso de pé.
Longevidade
Diogo Serra:
Acredito que toda promoção em cima do bloco acaba se tornando positiva e
é o que vai manter o bloco em pé para outros carnavais, mas estamos
fazendo isso totalmente por amor a nossa geração e música. O foco é
entreter as pessoas do bloco.
Para os críticos de plantão….
Diogo Serra:
Parafraseando Chorão, “Falem bem, falem mal, mas falem de nós.” Estamos
aqui pra ser diferentes, mas ser diferente pra unir e alegrar as
pessoas. Eu sei que os “haters” só aparecem quando o sucesso tá
chegando.