O que existe no meio do deserto? Nesse caso somente riffs e muita distorção. Assim pode ser definido o som do Gods & Punks, trio carioca que lançou no último ano o ótimo Into the Dunes of Doom, disco que proporciona um mergulho intenso no Stoner Rock e simboliza bem o atual momento de um gênero que vive seu maior período de ebulição.
Abençoados por Black Sabbath e com uma dose de mescalina e modernidade, Ale Canhetti (vocais), Pedro Canhetti (guitarra solo), Rafael “Psy” Daltro (guitarra base), Danilo Oliveira (baixo) e Arthur Rodrigues (bateria seguem a cartilha de riffs imortalizada por Tony Iommi, mas acelera a pegada ao melhor estilo de bandas como Budgie e o moderno Monster Magnet, em uma fusão precisa que transita entre o rock mais clássico e o heavy metal.
Pronto para fazer de 2018 o seu ano dourado, o grupo colhe os frutos de ótimo Into the Dunes of Doom e conversa com o Passagem de Som sobre tudo o que envolve seu lançamento, o atual momento do gênero e muito mais.
A produção de Into the Dunes of Doom
Ale Canhetti:
A gente tinha em mente já o que queríamos passar em termos de conceito e
sonoridade, mas conforme fomos compondo, fomos “encaixando” as músicas
conforme ficasse melhor para o disco como um todo. Ao vivo essas faixas
soam melhores do que no disco. Principalmente Subatomic Wormhole. Em geral o show ficou muito melhor e mais dinâmico com elas.
A identidade de um disco diante de tantos caminhos multimídia
Ale Canhetti:
Na verdade não, toda essa gama de possibilidades só mostra que temos
mais opções. Nosso intuito é lançar as músicas onde elas serão
simplesmente ouvidas, então para a banda o mais importante é ter a
possibilidade de lançar o trabalho online.
A estética da música do Gods & Punks frente
Ale Canhetti: O
som que a gente toca é o som que a gente curte ouvir. Obviamente
existem centenas de bandas atuais que adoramos, mas muitas delas, como
nós, se inspiram em artistas mais antigos. Por isso a gente tem
influências mais clássicas. Para os próximos álbuns vamos continuar
trabalhando no nosso som assim como trabalhamos entre o Sounds e o Dunes. Mas não queremos perder a essência da banda e o som característico.
O boom do Stoner Rock no Brasil
Ale Canhetti:
Com certeza é o melhor momento! Tem uma cena irada de stoner, psych,
prog e doom acontecendo no país e estamos orgulhosos de fazer parte
disso. Temos bandas e artistas que se fossem de fora, seriam recebidos
como lendas aqui.
A influência do social sobre a música
Ale Canhetti: Acho
que isso (o momento turbulento social) até enriquece a música de alguma
forma. Ficamos com fogo no olho para compormos músicas e letras como
uma forma de escape. Dunes é muito mais niilista e sombrio que Sounds. O próximo então….
As jams e sua presença na música do Gods & Punks
Ale Canhetti:
Muitas músicas vieram de jams e isso realmente deu um tom mais orgânico
ao disco. A gente não tem planos de fazer algo mais grandioso que The Encounter ainda. Mas no futuro, quem sabe?
Festivais
Ale Canhetti: A
gente quer participar de festivais e eventos grandes para o próximo
disco sim, é um objetivo. Vamos tentar marcar presença em alguns lá no
sul quando possível, afinal, quanto mais gente ver a banda, melhor né?
Para compreender o Gods & Punks
Ale Canhetti:
Compreender? Assistam muita ficção científica, muito Kubrick e Nolan
(risos). Mas seriamente, não precisa de muito. Cada um tem que ter sua
interpretação das letras e das músicas.
Futuro
Ale Canhetti:
Nossos próximo passo vai ser voltar a compor. Nosso plano é lançar
outro disco ano que vem e mais um no ano seguinte. Vamos ver se a gente
consegue, haha