Acompanhe nossas redes sociais
Loading
svg
Open

Entrevista NINA

22 de junho de 20179 min read

Seu nome é Kellen, mas todos a conhecem como Nina. São 21 anos de vida, mas parece mais, muito mais. Artista que percorreu todo caminho de aprendizado até seu primeiro lançamento pessoal, Nina esbanja maturidade em seu primeiro EP, Tanta Sede, que chega ao mercado e dá fôlego ao pop nacional.

São sete músicas, mas uma variedade considerável para quem quer dar seu recado. Em seu EP de estreia Nina consegue passar segurança o suficiente para mostrar que está pronta, e isso não é a toa. Artista que seguiu o caminho pelo gospel e ganhou corpo o suficiente para se sentir segura em meio ao folk e ao pop, Nina acerta em apresentar um EP de sete faixas logo de cara para dar um início seguro na carreira.

O Passagem de Som conversou com Nina sobre o lançamento de seu EP, sua formação e diversos outros pontos em uma belíssima entrevista, que você confere abaixo!

A opção de se lançar um EP e a relação com plataformas digitais
Nina: Hoje em dia não ouvimos CDs, tudo se busca na internet. Trabalhar com um EP, além de mais econômico, já é o suficiente, já que o complemento vem com parcerias e singles no decorrer do trabalho. Ao gravar um CD com muitas faixas acabamos por não conseguir trabalhar todas as músicas e parte delas acaba não sendo bem aproveitadas. Essa é a era digital, o fácil acesso beneficia a nós artistas.

Identidade musical
Nina: Não é pra qualquer um se encontrar dentro de tanto estilo musical por aí. Para mim não foi diferente. Comecei a estudar sobre a história da música para reconhecer aquilo que mais me encantava, pois amo a diversidade da música brasileira, mas sou apaixonada pelas raízes do blues que influenciaram a música americana e até uma parcela do nosso rock nacional. Daí vi que meu caminho não poderia ser outro.

A influência gospel
Nina: Nunca me vi uma cantora gospel, cantei na igreja exatamente como muitos artistas já fizeram. Tive uma influência muito forte sim, até porque foi uma escola pra mim. Aprendi a ouvir e separar vocais. Comecei a cantar em coral infantil e passei por todos os estágios, desde backing vocal, corais e solos, mas tudo enquanto participava das reuniões nunca como profissional no meio gospel.

A música gospel não tem um gênero musical bem definido, isso dificultou um pouco na escolha do estilo, mas como eu disse anteriormente, fui estudar e buscar minhas maiores influências!

Acho que hoje não existe tanto preconceito. Muitos cristãos não evangélicos curtem. Os nossos padres Marcelo Rossi e Fábio de melo, como outros, cantam muitas canções evangélicas e a aceitação dessas músicas pelo povo prova que o preconceito não é tão forte assim. O importante é que toque no coração das pessoas.

O papel da mulher na música hoje
Nina: Acho que a mulher vem cada vez mais conquistando seu espaço. Já conseguimos muita coisa, apesar de ainda faltar muita coisa! Rs.

Na década de 90 não existia bem esse movimento feminista definido. Eram mulheres que lutavam por seus direitos com muita simbologia e muita atitude, quebrando paradigmas, tudo muito essencial pra estarmos aonde estamos. Hoje em dia o movimento é mais rigoroso e me preocupa a busca por tanta igualdade já que não somos exatamente iguais aos homens.

Devemos buscar sempre nossos direitos iguais, mas devemos saber reconhecer aonde devemos nos conformar também . Eu me considero feminista, mas não sou extremista. Nunca aceitei preconceito por ser mulher, tanto na vida sexual, como na vida de trabalho, quanto na vida social. Falo desses quesitos pois é irritante como ainda é forte o preconceito e machismo. Acho que no meio artístico a mulher conquistou seu espaço. Temos liberdade de expressão e respeito, podemos falar sobre o que quisermos e quem nos segue compartilha das mesmas ideias. Eu me sinto livre, sempre me senti… E isso ninguém nos tira mais!

O poder da composição
Nina: Todo artista que cria quer mostrar sua obra. Acho muito importante sim, mas não é o fundamental. No meu EP eu optei por apenas duas faixas de minha autoria. Acho legal colocar composições de outros artistas, isso agrega bastante ao trabalho. São ideias que se complementam. É claro que sempre dentro do contexto do trabalho. Por isso escolhemos com bastante cuidado as canções.

A finalização do álbum e sua distribuição
Nina: Pra nós que entendemos de música, faz toda a diferença esse processo de finalização e masterização (risos). Não sei se as pessoas conseguem identificar, o que importa é estar buscando algo com qualidade e excelência.

Nashville e a cidade do country, rock americano, nada melhor do que beber da fonte. O Juliano Cortuah, que produziu todo o trabalho, levou até lá e todo material a mixagem e masterização foram feitas pelo talentosíssimo Alberto Vaz, que fez também as da Sheryl Crow, uma grande referência do meu trabalho. Tenho muito orgulho de ter entregado minhas músicas nas mãos de profissionais tão incríveis. Não acho que deveria abrir mão de buscar o melhor, temos que buscar isso sempre!

A função do videoclipe
Nina: O videoclipe é muito importante. É essencial. Todo artista deve pensar nisso porque hoje em dia as pessoas procuram diretamente por esse formato. Elas ouvem a musica e logo querem saber quem canta e como é a imagem e a conexão do artista com o externo!

A importância de musicais para um artista
Nina: Acho que minha paixão pela música e também pela arte me fez ir atrás dos musicais. E sim, esse mercado revela artistas incríveis. Internacionalmente se valoriza muito mais artistas completos, que cantam, dançam e atuam, até permitem que esses artistas tenham carreira paralela de sucesso. Aqui no Brasil, infelizmente, não se valoriza tanto. Atores desse segmento são reconhecidos como atores que cantam, e não como atores E cantores.

Futuro
Nina: Acabamos de lançar a segunda música de trabalho e estamos começando a colher os frutos. Estou muito feliz com todas as oportunidades que estão surgindo. Tenho alguns shows e participações marcados e já estamos preparando o próximo videoclipe, que será lançado em julho! Muitas novidades pra vocês, vamos aguardar!

Anderson Oliveira

Diretor de Arte há duas décadas, fã de Grateful Dead e Jeff Beck, futuro trompetista e em constante aprendizado. Bem-vindos ao meu mundo, o Mundo de Andy.

Loading
svg